segunda-feira, maio 22, 2006

Recursos na Internet: lista comentada

Nota de introdução

Este texto começou por ser uma carta pessoal a uma amiga, onde indicava todos os documentos existente na Internet que uso no meu trabalho. Rapidamente concluí que era interessante publicar este texto.

Todas as ligações foram verificadas no dia 22 de Maio de 2006, altura em que escrevi este blog. No entanto, é possível que algumas dessas ligações se modifiquem. Por outro lado, é possível que algumas dessas ligações estejam mal digitadas e por isso dêem erro. Por favor utilizem os comentários ao blog para me darem conta desses problemas. (Esse tipo de comentários será apagado assim que o problema for resolvido).

Usem também os comentários para darem conta de outros recursos na Internet que conheçam e que possam aumentar este texto. Desta forma este será um texto inacabado e que pode ser aumentado por quem o quiser fazer.

Apresentação dos recursos

A Internet está cheia de recursos para trabalhar em desenvolvimento social. Os melhores manuais de planeamento de projectos estão disponíveis nos sítios de Internet dos principais financiadores de Cooperação para o desenvolvimento. É o caso do Project Cicle Managment Guidelines publicado pela oficina de cooperação da União Europeia - Europeaid; o AusGuide publicado pela Agencia Australiana para o Desenvolvimento Internacional - AusAID e, finalmente, o Tools for Development publicado pelo Departamento para o Desenvolvimento Internacional - DFID. Outro manual interessante é o The LogFrame Handbook publicado pelo Banco Mundial; este manual distingue-se dos restantes por apenas tratar o Quadro Lógico e não todo o Modelo de Enquadramento Lógico.

Vale a pena ler um modelo diferente chamado LogModel desenvolvido pelo W. K. Fundation. Sendo diferente, tem os mesmos fundamentos conceptuais, e torna-se uma boa ajuda para compreende-los.

Uma vez entendida a lógica do planeamento de projectos é necessário começar a fazê-los. O primeiro passo é o diagnóstico. Os métodos de diagnóstico são os métodos de investigação típicos de qualquer ciência; ou seja, não são específicos do planeamento social. Isto quer dizer que a lista de métodos é muito extensa. No entanto existem métodos que são muito utilizados no planeamento social, por exemplo o Diagnóstico Rural Participativo, a Abordagem pela Aprendizagem Participativa e a Análise de Actores.

Dois manuais abordam de todos estes temas: o Participation and Social Assessment publicado pelo Banco Mundial e o Toolkit for Practitioners publicado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola.

Um pequeno documento chamado Participatory Rural Appraisal do Institute for Global Environmental Strategies permite enquadrar o Diagnóstico Rural Participativo. Os instrumentos a utilizar estão bem explicados no Manual de Trabalho de Campo desenvolvido pelo projecto de Analise Socio-económica e de Género da FAO. 80 Herramientas para el Desarrollo Participativo (parte 1; parte 2; parte 3; parte 4; parte 5 e parte 6) publicado pelo Instituto Inter-Americano para a Cooperação Agrícola também é uma boa colecção de instrumentos para o Diagnóstico Rural Participativo.

A Abordagem pela Aprendizagem Social confunde-se muitas vezes com o Diagnóstico Rural Participativo. Como se pode ver pelo manual Listening Young Voices publicado pela Care Internacional Zâmbia, muitos dos princípios e instrumentos são comuns aos dois métodos.

A análise de actores é muito trabalhada no Modelo de Enquadramento Lógico. Todos os manuais acima apresentados se dedicam a esse assunto. Convém no entanto acrescentar mais duas referências: Stakeholder Analyses publicado on-line por Bob Dick e Stakeholder Analysis Guidelines publicado por Partnerships for Health Reform.

Alguns métodos mais complexos de investigação em desenvolvimento social são a Análise de Cenários, a Análise de Meios de Vida e os Grupos Focais. Os Grupos Focais são antes uma técnica do que um método de investigação e podem ser utilizados nos outros métodos.

A Global Business Network publicou dois documentos bastante interessantes sobre Análise de cenários: What if? e Plotting Your Scenarios. O método de Analise de Meios de Vida tem um sítio na Internet dedicado a ele: Livelihoods connect. Esse sítio tem uma base de dados de recursos em Análise de Meios de Vida, onde podem encontrar-se vários manuais. Chamo atenção para o guia Local Institutions and Livelihoods publicado pela FAO.

No que toca a Grupos Focais existe um manual bastante completo na Internet. Chama-se From Their Lives.

O segundo passo do planeamento de projectos é o desenho do plano do projecto. Esse assunto está muito bem tratado nos manuais de planeamento de projectos pois, até há bem pouco tempo, o planeamento de projectos era visto como o desenho do plano e não toda a gestão do ciclo do projecto.

A execução é pouco tratada em planeamento social. Em termos de planeamento de projectos é uma coisa de monitorização de actividades. Quer o planeamento quer a monitorização são melhor tratadas noutras abordagens de planeamento de projectos não frequente em planeamento social. É o caso do Project Management Professional e do Project Management Body of Knowledge.

Para quem quer aprofundar estes temas ficam aqui alguns sites de orientação: Project Management Institute e Project Connections.

A última fase do ciclo do projecto é a avaliação. O manual Monitoring & Evaluation do Banco Mundial apresenta uma colecção de abordagens possíveis. É um óptimo instrumento para começar. Dois excelentes manuais de avaliação são o Looking Back, Moving Forward publicado pela Agencia Sueca para o Desenvolvimento Internacional e o Evaluation Handbook publicado pela W. K. Kellog Fundation. Cabe nesta lista ainda o livro Monitoring and Evaluation for Results publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Destaque especial merece o sítio de Internet contratado pela União Europeia dedicado a apoiar os avaliadores dos Fundos Estruturais: Evaluation of Socio-Economic Development. Neste sítio pode encontrar-se uma grande colecção de métodos e técnicas de avaliação.

Concluindo o ciclo do projecto, é necessário ainda reforçar uma componente importante do planeamento social: a participação dos beneficiários. Entre os métodos de diagnóstico apresentados está o Diagnóstico Rural Participativo que é um dos métodos mais usados em planeamento social. A sua vertente urbana é recente e torna-se difícil encontrar bons documentos na Internet.

Outro método bastante usado em gestão da participação é são os métodos de visualização participativa. O Visualization In Participatory Planning publicado pela UNICEF Bangladesh é um manual de referência neste tema. Este é um método que teve origem no Metaplan, cujas bases técnicas podem ser observadas no documento How Moderate Group Discussions with Metaplan Technique publicado pela consultora Metaplan GmbH.

Finalmente, para manter um grupo de beneficiários participando activamente é necessário utilizar jogos e dinâmicas que favoreçam a concentração e quebrem resistências dos participantes. Uma lista de jogos desse tipo encontra-se no Games and Exercises publicado pela UNICEF Bangladesh.

Sem comentários: